
A popularização do gênero true crime trouxe um grande aumento no consumo de documentários e as plataformas de streamings não perdem tempo, investiram em criações documentais próprias o que se tornou quase que uma corrida para ver quem conseguiria adquirir o direito de contar uma história primeiro. Antes os canais conhecidos por transmitir séries documentais como Discovery, History e National Geographic traziam um formato mais sério, jornalístico, sem ser considerado entretenimento, maratonar documentários deixou de ser coisa de nerd e passou a ser coisa de quem ama uma boa história bem contada.
A Netflix investiu em grandes produções como “Making a Murderer”, uma série filmada em um período de 13 anos, que conta história de Steven Avery, que é considerado o principal suspeito de um crime chocante, mas após passar 18 anos na cadeia, a polícia percebe que não haviam provas para a condenação. Foi uma série premiadíssima e até hoje é considerada uma das melhores séries documentais. Outros nomes que ficaram famosos entre o público foram “O Golpista do Tinder”, “A Vida em um Dia”, “O Golpista do Tinder: O Estelionatário do Amor”, e “A Máfia dos Tigres” e várias outras.
E agora a Netflix retorna suas produções com Desastre Total. Uma abordagem diferenciada sobre situações desastrosas em festivais que saíram do controle, fenómenos virais da internet, escândalos de celebridades, empresas problemáticas e fraudes. São episódios curtos e semanais, sempre com um assunto atual e controverso, contado da perspectiva de quem viveu a situação.
Já tem vários episódios disponíveis na plataforma, confira os que eu já assisti:
Desastre Total: Festival Astroworld
Dirigido por Yemi Bamiro e Hannah Poulter, o episódio revisita a tragédia do Astroworld, o festival de música organizado por Travis Scott em novembro de 2021. Cerca de 50 mil pessoas se reuniram no NRG Park, em Houston, para o evento que marcou o retorno da série de shows após a pandemia. O que deveria ser uma celebração transformou-se em pesadelo quando a multidão avançou em massa para o palco principal, resultando em um esmagamento que matou 10 pessoas.
As autoridades enfrentaram forte pressão, e a cobertura midiática especulou sobre negligência de segurança, falta de planejamento e omissão dos organizadores. Em 2023, um júri decidiu que nenhum indivíduo seria criminalmente responsabilizado, mas as ações civis foram resolvidas fora dos tribunais por valores não revelados. O episódio lança um olhar crítico sobre os limites entre espetáculo, responsabilidade e lucro.
Desastre Total: Cruzeiro do Cocô
Com direção de James Ross, este episódio relata o colapso da experiência de cruzeiro de luxo que partiu do Texas em direção ao México, levando mais de 4 mil passageiros e tripulantes. O passeio prometia conforto, mas uma falha catastrófica no motor deixou o navio à deriva, sem energia, ventilação, refrigeração ou, pior ainda, sistemas sanitários.
Em pouco tempo, dejetos humanos invadiram corredores, o cheiro tornou-se insuportável e a comida acabou. A bordo, o clima de desespero se espalhou. Enquanto isso, os noticiários se deliciaram com o rótulo de “cruzeiro do cocô”, transformando uma tragédia em espetáculo.
Desastre Total: O Verdadeiro Projeto X
Dirigido por Alex Wood, o episódio narra o caso ocorrido em 2012 na cidade holandesa de Haren. Uma adolescente criou um convite público no Facebook para sua festa de aniversário, sem imaginar que o post viralizaria ao ponto de atrair milhares de adolescentes de todo o país. Inspirados no filme Projeto X, os jovens causaram tumultos, saques e destruição em massa, deixando a cidade em choque.
As autoridades subestimaram o poder das redes sociais, e o episódio questiona como a cultura digital, quando combinada com negligência, pode se transformar em explosão real de desordem.
Esses foram o que eu assisti, e acreditem, vale a pena ver.
Outros episódios já estão disponíveis e outros já foram anunciados.